terça-feira, 17 de março de 2009

Tia Lena e a "Velha Maluca".

Deus lhe pague por tudo, Tia Lena!

Porque nós jamais teremos como pagar sua presença, seu carinho, sua preocupação para conosco, seu zêlo, seus conselhos, suas brincadeiras de "velha maluca" - ameaçando bater com pau de lenha nos "zuretas" (visitas - primos ou namoradinhas - que chegavam pela primeira vez no Rio Claro) e que ficavam espavoridos de medo, porque uma tal de velha doida invadia a fazenda com eles lá dentro, ficava brava, pulava que nem cabrito na sala e ameaçava dar um cacete em todo mundo ali mesmo, caso não lhe dessem comida e pinga da boa.

Era tudo encenado, mas a zuretada não sabia de nada. Tia Lena batia na porta da fazenda de noite. Pedia um prato de comida para a Lelena, que ia abrir a porta para ver quem era. Mas a velha maluca empurrava a Lelena no chão e invadia a casa. Os primos se reuniam para expulsá-la e aí encenavam uma baita briga com a velha (para desespero das visitas que pensavam que era tudo verdade).

Berravam que ia chamar a polícia se a velha não saísse já daquela casa. Mas a velha era braba e malcriada! Xingava de volta, jogava no chão os paus de lenha que trazia nas costas, dava uns pulos em cima deles furiosa da vida, pegava um cacete e enfrentava a sobrinhada no grito e no ameaço, para desespero da torcida que nada sabia. Só no final é que Tia Lena tirava a peruca, a meia de seda da cabeça, a roupa de mendigo e se apresentava para as visitas, dando-lhes as boas vindas para todos na Fazenda Rio Claro. Mas até aí, umas já tinham chorado de medo e outros já tinham mijado nas calças.

Bons tempos aqueles, Tia Lena! A gente era feliz e não sabia.

Entrada para a Fazenda Rio Claro.

Oi, Tia Lena! A senhora e o Tio Hugo montam uma Fazenda Rio Claro prá gente aí no céu?...

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