quarta-feira, 4 de março de 2009

Thedinha: "Parábola da Família Galvão"

1975: Léo e Thedinha na fazenda Sapucaia, do Tio Zé Galvão.
(Foto: Ditinha)

De: Tatiane M. M. Galvão - Goiânia (GO)

Oi, família!
Depois do fato ocorrido (falecimento do Zé Galvão), fiquei um pouco afastada de e-mails, sites e outros. Bom... estamos aqui em Goiânia seguindo a vida, como ela manda.

Mamãe (Neuza) está morando na cidade de Senador Canedo. Estamos acabando de esvaziar a chácara para colocá-la à venda. Eu continuo morando no Parque das Laranjeiras. Com tanta coisa fora do lugar encontramos várias coisas, mais algumas lembranças ainda de papai. São fotos, cartas dele para a Vó Lica e tantas outras coisas que ele sempre foi tão organizado.

Ontem encontrei em meio de uns papéis uma parábola escrita pela nossa querida Arthéades, a Tedinha. Fiquei muito emocionada e quero compartilhar isso com vocês. Não sei se na época alguém teve acesso. Não tem data, mas o papel está muito amarelado e se vê que é muito antigo. Está datilografado. Tem uma anotação do papai no cantinho à caneta, dizendo assim:

"Veja só a arte da Thedinha. Só ela mesmo teria essa idéia".
Pena que não tem data...


A PARÁBOLA DA FAMÍLIA GALVÃO
(Escreveu: Arthéades de Faria Galvão)

Lá, muito longe, nos confins arábicos...
onde Judas perdeu a bota de tanto chutar a pelota,
existe uma linda sereia que vive brincando na areia.

Junto dela, uma garota singela que tem cara de panela,
toda de blusa amarela, pinta uma aquarela onde
camelos sem pelos, comem pão com caramelos
e levam mensagens sem selos, para o homem do deserto
que dorme com o pé descoberto e tem por nome José,
primo de Salasié.

O Eurico é a sua imagem, mas isso é tudo miragem,
pois vive fazendo vizagem.
A Tereza, que beleza, sob a palmeira faceira,
até parece rainha, comendo feijão com farinha
e mais ovo de galinha.

A Leda do Raphael, com feição de carretel
zanga com Chico peralta, que corre, pula e salta.
Nas dunas que o vento faz... e o Marinho desfaz
com sua pá encantada, toda brilhante e dourada.

O Rubinho lá no colégio, leva a vida a meditar,
para depois se ordenar.
E a parábola aqui fica, dos filhos de Dona Lica,
que levam um bruto vidão
junto ao seu chefe GALVÃO.

TED.

Colaborou: Taty Janaína.
tatyjanaina@hotmail.com

Um comentário: